A reunião com a ministra da saúde, Nísia Trindade, que era a esperança de uma solução para a crise financeira dos hospitais filantrópicos foi realizada na tarde de ontem em Brasília. Com a presença de gestores das instituições, assim como da prefeita Paula Mascarenhas e da secretária de saúde, Roberta Paganini, o encontro que durou quase duas horas teve como resultado o compromisso da equipe do Ministério a apresentação de uma possível solução emergencial em 20 dias. A expectativa é que o prazo do fechamento de leitos seja estendido por esse mesmo período.

Após apresentação do cenário de necessidade urgente de verba da saúde de Pelotas, dentre as alternativas apontadas pela ministra e pela equipe técnica está uma avaliação do caso e a busca por uma resolução a curto prazo. Além da possibilidade do reajuste do teto de recursos do município, o que depende também do apoio da comissão bipartite do estado sobre os valores que o Município está solicitando para atendimento regional. "Eles ficaram de fazer uma avaliação de que forma poderiam encontrar uma solução e nos darão um retorno. E algumas mudanças que o ministério vem promovendo que terão um impacto positivo mais a longo prazo", relata a secretária de saúde, Roberta Paganini.

Desde o anúncio, em 17 de fevereiro, do possível fechamento de leitos caso não houvesse aumento de repasse aos quatro hospitais filantrópicos (Santa Casa, Beneficência Portuguesa, São Francisco de Paula e Hospital Espírita), a busca de recursos tem sido motivo de mobilização dos entes públicos para manter os atendimentos normalizados nas instituições responsáveis por 40 mil internações por ano.

Em 31 de outubro tinha chegado ao fim o primeiro prazo que os hospitais tinham definido para adiar o fechamento de 34 leitos de internação devido ao déficit de recursos. No entanto, sem nenhuma solução encontrada, o período foi estendido por mais dez dias a pedido da Prefeitura de Pelotas. Nesse período, uma reunião foi marcada com a Ministra da Saúde como uma última alternativa de repasse de recursos necessários aos hospitais. De acordo com as instituições, com o agravamento da situação financeira, o déficit operacional chega a aproximadamente R$ 4 milhões por mês. Já a secretária de saúde diz que são necessários no mínimo R$ 3,2 milhões de recursos livres para suprir o prejuízo mensal.

Após o retorno dos gestores ao Município, os hospitais irão se reunir para discutir a possibilidade de prorrogar o fechamento de leitos durante o prazo pedido pelo Ministério. O último período prorrogado pelas instituições venceu há poucos dias.

"Ao que tudo indica esse prazo deve ser prorrogado porque existe a possibilidade de atendimento da nossa reivindicação", diz o administrador da Beneficência Portuguesa, Armando Manduca da Rocha.

Também estiveram na reunião com a ministra da saúde, os deputados federais da região, Daniel Trzeciak (PSDB) e Alexandre Lindenmeyer (PT).